Economia
16 Dezembro de 2020 | 13h12

PRODESI

BAI financia empresas ligadas à indústria transformadora

O Banco Angolano de Investimentos (BAI) tem financiado várias empresas ligadas à indústria transformadora para a exportação dos seus produtos e outras com potencial de exportação.

Dentre tantas empresas financiadas pelo BAI, no âmbito do PRODESI, destacam-se as empresas SICIE – que produz guardanapos, papel higiénico e fraldas da marca SUAVE -, a TUTIANGOL, especializada na produção de frutas em calda e mel, e a empresa HERAN, igualmente produtora de fraldas premium para o mercado nacional e para exportação para os países vizinhos, alargando assim a base de consumidores.

A banqueira Inokcelina dos Santos, administradora executiva responsável pela banca de investimentos, de desenvolvimento de novos negócios e pelo atendimento às empresas, disse que o banco tem considerado a capacidade dos projectos de criação de postos de trabalho e de impacto no desenvolvimento local nas principais províncias onde estão inseridas.

O banco, afirmou, está fortemente comprometido em contribuir para o desenvolvimento do país, desde a sua criação há 24 anos, com um volume de crédito consolidado, concedido à economia e aos vários agentes económicos, superior a quatro biliões de kwanzas.

"Em duas décadas, o banco tem financiado inúmeros projectos tendentes ao aumento da produção interna em vários sectores, considerando que alguns dos referidos projectos são autênticos casos de sucesso”, disse Inokcelina dos Santos.

Como exemplo, apontou quatro casos, em quatro diferentes províncias, nomeadamente a Fazenda Pérola do Kikuxi, em Luanda, dedicada à produção de 1.000 ovos por dia, frangos e ração, com mais de 500 trabalhadores; a empresa BIOCOM em Malanje, a primeira em Angola a produzir e a comercializar açúcar, etanol e energia eléctrica a partir da biomassa; a Socipesca, em Benguela, dedicada à captura, processamento e comercialização do pescado; e a empresa CAT que trata da captura e transformação de peixe no Namibe. 

"Os nossos financiamentos estão direccionados aos sectores estratégicos, com o objectivo de criar capacidades internas”, enfatizou a administradora executiva do BAI, revelando o orgulho da instituição bancária em contribuir para a diversificação da economia, apoiando activamente empresas de diferentes sectores que produzem para a substituição de importações e tem potencial de exportação dos seus produtos.

Velocidade dos projectos

Apesar do Banco Angolano de Investimentos ter aprovado alguns projectos em 2019, a concessão de crédito começou a ser massificada efectivamente a partir deste ano, segundo a administradora executiva do BAI, Inokcelina dos Santos.

No seu ponto de vista, o resultado não é ainda visível no curto prazo, porque são poucos os projectos que já atingiram a velocidade cruzeiro. Porém, "percebemos que há espaço para reduzirmos de forma significativa as importações e passarmos, a médio prazo, à substituição de muitos dos produtos hoje importados”.

Não obstante essa visão optimista, Inokcelina dos Santos disse que o banco está preocupado com a insuficiência de infraestruturas de apoio, como vias de acesso, meios de transporte a preços comportáveis para o escoamento da produção, plataformas de venda, conservação e armazenamento da produção.

Há ainda a preocupação com os altos custos de produção, devido à dificuldade de acesso à água e energia eléctrica, que tornam os produtos nacionais ainda pouco competitivos e sem alcance nacional.