Governo
25 Fevereiro de 2022 | 18h02

Presidente da República discursa no debate sobre vacinação contra a COVID-19 nas Nações Unidas

Discurso do Presidente da República, João Lourenço, nesta sexta-feira, 25 de Fevereiro, no debate sobre a vacinação contra a COVID-19 nas Nações Unidas

Há quase dois anos que os nossos países sofrem de forma desigual dos efeitos negativos da pandemia da COVID-19 nos campos da saúde e   do desenvolvimento económico e social. Vimos crescer a dívida externa, aumentar os índices de pobreza e aumentar a incerteza sobre o futuro.

Digo desigual porque as nações mais ricas agora estão bem protegidas com cerca de 80% das suas populações vacinadas e muitas oferecendo uma terceira ou até quarta dose de reforço, mas em muitos dos nossos países a cobertura vacinal contra a COVID-19 é muito baixa e insuficiente para evitar o colapso dos nossos sistemas de saúde e o aprofundamento da pobreza.

É preciso garantir que cada país em desenvolvimento cumpra o seu plano de vacinação. Esta premissa deve ser um objectivo global. A vacinação universal é a única forma de impedir a propagação deste vírus, a única maneira de acabar com a pandemia e de assegurar a retoma em pleno da economia mundial.

A acção concertada da Gavi/COVAX já permitiu que um bilião de doses fluíssem pelos nossos países; todavia, será necessário que os países ricos e com economias mais estáveis façam doações à COVAX de pelo menos 5 mil milhões de dólares americanos em recursos adicionais, para adquirir urgentemente cerca de 600 milhões de doses e para apoiar a implementação de campanhas nacionais de vacinação.


Dessa forma, as vacinas da COVAX, juntamente com as fornecidas por outras iniciativas multilaterais, entre as quais o Fundo de Compra de Vacinas da União Africana, terão as ferramentas necessárias para apoiar as nossas estratégias nacionais e regionais de resposta à pandemia.


No entanto, esses mecanismos devem tornar-se mais flexíveis e responder melhor às necessidades dos países, garantindo prazos razoáveis ​​de validade das vacinas e um fluxo regular no fornecimento das mesmas. Dessa forma, os países de baixa renda não serão deixados para trás novamente, garantindo-se assim que possamos avançar juntos rumo a um mundo globalmente mais saudável e seguro. 

Muito obrigado!