Depois de ter uma doença pulmonar grave e ter sido evacuada para o exterior do país, por falta de um diagnostico real da doença,  Marquinha Portela vê o fim das longas viagens à procura de um serviço que agora será realizado no Hospital Sanatório de Luanda, agora denominado Complexo Hospitalar de Doenças Cardio-Pulmonares Cardial Dom Alexandre do Nascimento.

O Cardeal angolano, que dá nome a unidade hospitalar, nasceu no dia 1 de Março de 1925, em Malanje. Aos 10 de Agosto de 1975 foi nomeado bispo da Diocese de Malanje pela Santa Sé; aos 3 de Fevereiro de 1977 arcebispo da Arquidiocese do Lubango; aos 2 de Fevereiro de 1983 cardeal, e aos 16 de Fevereiro de 1986 arcebispo da Arquidiocese de Luanda.

A nova unidade hospitalar foi inaugurada pelo Presidente da República, João Lourenço,

na manhã desta terça-feira, 30 de Novembro, sob olhar atento de várias entidades que prestigiaram ao acto, com destaque para o seu patrono Cardial Dom Alexandre do Nascimento.

Com a abertura do complexo hospitalar, Marquinha Portela sente-se feliz porque não mais voltará a gastar tanto dinheiro à procura de um serviço especializado de saúde no exterior do país.

Marquinha Portela conheceu o Antigo Hospital Sanatório de Luanda e contou que estava mesmo em condições degradantes, a precisar de reabilitação.

A enfermeira Marcelina Kiaku recorda dos momentos difíceis de trabalho, resultante das condições precárias que o hospital oferecia. Por este motivo, várias vezes foi alvo de descriminação quando se apresentava como técnica de saúde do Hospital Sanatório de Luanda.

Vendo o hospital reabilitado e ampliado, a técnica de saúde confessou à nossa reportagem que agradeceu e louvou a Deus por tirá-la do sofrimento de trabalhar naquelas condições.

A degradação da infraestrutura e as péssimas condições de trabalho faziam parte do Cartão Postal do Hospital Sanatório, que recebia maioritariamente pacientes com infecções respiratórias, principalmente com tuberculose.

A enfermeira Marcelina Kiaku, destacada há dois anos no antigo Hospital Sanatório de Luanda, faz parte do grupo de 2.106 profissionais de saúde, dos 3.246 previstos-, que honram o juramento de Hipócrates, prestando um serviço de qualidade e humanizado.

A unidade sanitária conta com equipamentos modernos e de última geração que garantem um melhor diagnóstico e tratamento de doenças cardio-pulmonares.

O director-geral do complexo hospitalar, o médico Carlos Alberto Masseca, assegura que os utentes encontrarão um serviço humanizado e de qualidade, com sentido de responsabilidade e patriótico.

O gestor hospitalar entende que a infraestrutura tem uma dimensão social, uma vez que se dedica ao tratamento de doenças, e uma dimensão política porque confirma o empenho e dedicação do Presidente da República em causas nobres dos angolanos, concretamente na melhoria das condições de saúde e do bem-estar da população.

O Complexo Hospitalar de Doenças Cardio-Pulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento ocupa uma área de 49.940 metros quadrados, sendo 34.770 metros quadrados com infraestruturas ampliadas e 11.907 metros quadrados com infraestrutura reabilitadas.

Neste espaço, há cinco edifícios de quatro pisos, um corpo de ligação, um edifício de formação com laboratório de simulações médicas, um edifício técnico e pavilhão anexo.

A unidade hospitalar têm 500 camas, das quais 90 com capacidade para realização de hemodiálise, bem como um serviço de telerarradiografia, que permite a interação com outros especialistas, incluindo do exterior do país, para um melhor diagnóstico.

Um laboratório de histocompatibilidade, o primeiro no país, também foi instalado no complexo hospitalar, que vai prestar serviços de alta complexidade nas especialidades de cirurgia cardíaca, vascular e toráxica, de cuidados intensivos, neurocirurgia, cardiologia, pneumologia, angiologia, obstetrícia, pediatria, medicina interna, endocrinologia; neurologia, nefrologia, gastrenterologia; alergologia; reumatologia; infecciologia; oftalmologia; otorrinolaringologia e de urologia.

O antigo Hospital Sanatório de Luanda, transformado em Complexo Hospitalar de Doenças Cardio-Pulmonares, começou a ser reabilitado e ampliado em Março de 2018, depois da visita do Presidente da República, João Lourenço, em Dezembro de 2017, em que constatou o seu estado avançado de degradação.

No fim da visita, o Presidente da República orientou a reabilitação imediata, ampliação e apetrechamento do hospital para dar maior dignidade aos pacientes e aos funcionários.