Membros da sociedade civil abordam problemas do país com Presidente da República
Quatro representantes da sociedade civil foram recebidos pelo Presidente da República, em audiência separadas, na manhã desta segunda-feira, 21 de Fevereiro, no Palácio Presidencial, em Luanda.
A primeira personalidade recebida foi o activista e fundador do Portal Maka Angola, Rafael Marques, que disse aos jornalistas ter conversado com o Chefe de Estado sobre a reforma agrária, fundamentalmente.
"Há uma questão fundamental que, no meu ponto de vista é importante é a reforma agrária. Deve haver uma reforma agrária, porque não se pode falar em combater a fome sem haver um processo de reformas para aumentar a produção agrícola. É necessário que haja mais pessoas no campo a produzir, e para isso é necessário que tenham alguma confiança jurídica, para que não tenham dificuldades em aceder a terra e a pequenos créditos”, referiu.
De seguida, o Chefe de Estado recebeu Guilherme Neves, Presidente da Associação Mãos Livres, que apresentou questões relacionadas ao acesso à justiça e aos direitos humanos.
"Há a necessidade de estender cada vez mais esses serviços mais próximo das comunidades. Numa altura em que o país está a se preparar para a descentralização, ela tem de ser acompanhada com questões que tem a ver com acesso à justiça, com a implantação de tribunais a nível local”, justificou.
O freire Júlio Candeeiro, director geral do Instituto para a Cidadania "Mosaiko” partilhou com o Presidente da República a experiência do trabalho feito pela sua organização ligado aos direitos humanos e à acção social.
"Vimos trabalhando nos últimos anos com a questão da desflorestação no Leste, que ainda carece de alguma fiscalização a nível local, e a situação social de uma maneira geral, bem como a educação e também a questão das autarquias e outras. Do Presidente, recebemos garantias de que se vai trabalhar nos assuntos abordados, alguns dos quais o Executivo já trabalha neles, e foram dadas garantias de reforço e melhoria da fiscalização dos programas que estão a ser implementados”, informou.
Júlio Candeeiro entende que o gesto do Chefe de Estado passa a mensagem de que o país é de todos.
"É um gesto que merece ser continuado, um espaço privilegiado em que o Presidente concede a organizações, passando dessa forma a mensagem de que o país é de todos nós, onde todos podem dar o seu contributo para a sua construção e consolidação”, afirmou.
O director geral da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), Carlos Cambuta, também foi recebido pelo Presidente da República e no encontro aproveitou igualmente partilhar o trabalho desempenhado pela sua organização a nível do país, junto das comunidades, para ajudá-las a combater a pobreza.
A ADRA foi fundada em 1990, actualmente dirige 25 projectos em 242 aldeias nas províncias de Benguela, Huambo, Huíla, Malanje e Namibe.