Governo
18 Fevereiro de 2022 | 13h02

INAUGURADA “QUINTA DE JUGAIS ANGOLA”

Presidente da República incentiva aumento da produção agrícola para abastecer indústria transformadora

Os agricultores nacionais foram incentivados a produzir cada vez mais, para que os seus produtos sirvam a indústria transformadora e passe a depender menos de matéria-prima importada para o seu funcionamento.

O incentivo veio do Presidente da República, João Lourenço, que inaugurou esta quinta-feira, 17 de Fevereiro, uma fábrica de produtos à base de carnes, denominada "Quinta de Jugais Angola” localizada na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, em Viana. 

Segundo João Lourenço, é preciso que haja correspondência entre o que se produz no campo e o que se transforma, pois a agricultora puxa pela indústria, se houver produtos do campo para transformar.

"Portanto, este tipo de unidade só pode sobreviver, se tiver produto do campo para transformar, caso contrário vai continuar a importar esse mesmo produto. Então, é preciso que a agricultora produza o suficiente para ser transformada, e que a indústria transforme o suficiente de tudo aquilo que é produzido no campo”, clarificou.

O Presidente da República, acompanhado por membros do Executivo, fez o corte da fita e percorreu algumas áreas da unidade fabril, enquanto recebia informações sobre o funcionamento da infra-estrutura.

Em conferência de imprensa, no final da visita, João Lourenço reconheceu que a transformação de alimentos é algo que estava a faltar até há um tempo, razão pela qual o que era produzido no campo não encontrava a devida correspondência na área industrial para a sua transformação, processamento e empacotamento, de forma a poder chegar às prateleiras das grandes superfícies e à mesa do consumidor em boas condições de higiene e com boa apresentação.

"É com satisfação que acabamos de ouvir aqui que unidades do género o país já conta com oito, sendo cinco em Luanda e três em outras províncias. O incentivo que damos aos investidores é que continuem a produzir  localmente os alimentos. E quando falamos em produção, não é só no campo, como depois a produção industrial”, disse.

João Lourenço informou que o processo de recepção do gado do Tchad vai continuar em outras condições, tão logo o sector da agricultura entenda que é chegado o momento para retomar o processo.

O Presidente da República entende que Angola precisa de fazer repovoamento pecuário, especificamente repovoamento bovino.  "O planalto de Camabatela já teve muito Gado no passado. Como todos nós sabemos, era um dos planaltos que abastecia sobretudo a cidade de Luanda, uma vez que está aqui próximo”, recordou.

João Lourenço alertou que o país não está proibido de continuar a importar carne, uma vez que o faz há 46 anos, importando do Brasil, Argentina, Botswana e de outros países.

Em Angola, afirmou, existem condições muito boas para a auto-suficiência na produção de carne, particularmente a bovina.

Ainda durante a conferência de imprensa, o Chefe de Estado apelou os investidores privados a começarem a pensar também na indústria de curtume.

"Do gado deve aproveitar-se tudo, absolutamente tudo. Não deve haver desperdício. Com essas indústrias, hoje oito, amanhã serão mais, estamos a aproveitar, sobretudo as carnes de diferentes espécies de gado: bovino, suíno, caprino e etc. Mas estamos a desperdiçar a totalidade das peles desses mesmos animais, o que é muito mau, até para o próprio ambiente. Não só perdemos um recurso importante, que são as peles, mas para o ambiente é muito mau atirar as peles para a terra. Portanto, o apelo fica para que possamos fechar o ciclo. Já começamos a fazer o aproveitamento das carnes, mas precisamos fazer também algo que se impõe: o aproveitamento integral das peles dos animais, nomeadamente bovino e caprino. Fica o desafio para os investidores privados”, disse.