Governo
12 Janeiro de 2022 | 16h01

GREVE DOS TAXISTAS

Chefe de Estado repudia vandalismo e violência em Luanda

O Presidente da República, João Lourenço, repudiou os actos de vandalismo e de violência ocorridos na passada segunda-feira, 10 de Janeiro, em Luanda, em consequência da greve dos taxistas.

"O que ocorreu na segunda-feira foi um verdadeiro acto de terror, cujas impressões digitais deixadas na cena do crime são bem visíveis e facilmente reconhecidas, e apontam para a materialização de um macabro plano de ingovernabilidade através do fomento da vandalização de bens públicos e privados, incitação à desobediência e à rebelião, na tentativa da subversão do poder democraticamente instituído”, considerou.

Na abertura da 12ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, realizada hoje, 12 de Janeiro, no Palácio Presidencial, o Presidente da República discursou para repudiar tais actos e apelou aos angolanos a se absterem de práticas de retaliação.

"Apelo veementemente a todos os cidadãos a se absterem de quaisquer actos de retaliação. Quem viu seu património vandalizado, queimado ou destruído, que não pague pela mesma moeda, porque ninguém está autorizado a fazer justiça por mãos próprias. Entreguemos essa responsabilidade à justiça e aos outros órgãos competentes do Estado”.

Para o Presidente da República, a independência nacional, e a paz e reconciliação nacional, alcançadas com muito sacrifício ao longo dos tempos, devem ser preservadas para a eternidade.

"Caros compatriotas, para as gerações vindouras temos a responsabilidade de preservar para a eternidade as duas maiores conquistas do povo angolano alcançadas com muito sacrifício ao longo dos tempos, a independência nacional, e a paz e reconciliação nacional”, assinalou.

No seu ponto de vista, a paralisação de uma pequena parte dos táxis de Luanda, mesmo depois do Executivo angolano ter atendido prontamente a principal reivindicação das associações representativas da classe, que tinha a ver com a redução da lotação dos taxis por força das medidas de proteção contra a propagação do vírus SARS-CoV-2, serviu de pretexto para o aproveitamento político com vista a criar a irá de cidadãos utilizadores desses meios de transporte urbano.

"Mesmo não sendo o sector dos transportes públicos o único a sofrer as consequências da COVID-19, se tivermos em conta que as empresas no geral tiveram de reduzir a força de trabalho ou mesmo encerrar, tendo avultados prejuízos financeiros e sérias consequências sociais para os seus trabalhadores e respectivas famílias, para o caso vertente dos taxistas pelo relevante serviço que prestam às populações e aos trabalhadores, o Executivo foi para além da principal reivindicação das associações dos taxistas que pediam o alargamento da lotação para 75 por cento, tendo lhes sido oferecido em contrapartida a lotação máxima de 100 por cento”, referiu.

João Lourenço destacou o importante papel da Polícia Nacional durante os acontecimentos.

"Naquele fatídico dia, valeu-nos o facto de a Polícia Nacional ter agido com bastante contenção e as entidades privadas, singulares e colectivas, directamente lesadas terem se comportado como verdadeiros patriotas tolerantes e responsáveis”.

As forças policiais do país, segundo o Presidente da República, estão à altura do desafio e vão garantir a ordem e a segurança dos cidadãos, das instituições e da propriedade.

"Apelamos por isso, a todos os cidadãos residentes no nosso país, angolanos e estrangeiros, a fazerem a sua vida profissional e familiar normalmente”, disse, garantindo que as eleições gerais previstas terão lugar em ambiente de segurança, para os eleitores e observadores, em Agosto do corrente ano de 2022, como estabelece a Constituição da República. 

João Lourenço lembrou que a única forma possível e legítima de se disputar o poder político em Angola é pela via democrática das eleições.

Ao terminar o seu discurso, destacou a pronta manifestação de indignidade, repulsa e condenação pública da sociedade angolana, em uníssono, através de representantes dos partidos políticos, de confissões religiosas, de organizações não governamentais, jornalistas e fazedores de opinião, contra todos aqueles autores morais, mentores, organizadores e executantes dos actos criminosos da passada segunda-feira.