Sociedade
10 Julho de 2020 | 20h02

Governo prepara repatriamento de angolanos em Portugal e Brasil

Depois do regresso de 445 angolanos vindos da África do Sul esta quinta-feira, 9 de Julho, em consequência da COVID-19, será a vez dos angolanos retidos em Portugal e Brasil, segundo o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião.

Na conferência de imprensa de balanço da primeira etapa do Estado de Calamidade Pública, realizada esta quinta-feira, 9, Pedro Sebastião disse que o Governo angolano “não está alheio às dificuldades que os cidadãos angolanos estão a passar” nestes países, razão pela qual as missões diplomáticas, pontualmente, têm estado a colmatar algumas necessidades.

Desde a vigência do Estado de Emergência até ao momento, 5.771 angolanos regressaram ao país, dos quais 2.158 de Portugal, 1.470 da África do Sul e 512 do Brasil. Em número reduzido, também foram repatriados angolanos que se encontram em Cuba, Rússia, Namíbia, Índia, Zâmbia Zimbabwe, Turquia, Congo Brazzaville e República Democrática do Congo (RDC).

Até ao momento, cerca de 6.000 cidadãos nacionais cumpriram a quarentena institucional, dos quais 3.000 em Luanda. O tempo de permanência de cada cidadão nos centros de quarentena varia entre 10 e 20 dias, e o custo das despesas diárias aproxima-se aos 50.000 kwanzas. Só em Luanda, já foram gastos cerca de três bilhões de kwanzas com as despesas diárias nos centros de quarentena, segundo Pedro Sebastião que coordena a Comissão Multissectorial para a Prevenção e Combate à COVID-19.

Esta Comissão realizou 33 voos para trazer ao país materiais de biossegurança. Da China vieram 27 voos, de Portugal quatro e três do Qatar, “sem falarmos de uma série de camiões que transportaram meios da África do Sul para Angola”.

O coordenador da Comissão Multissectorial recordou que foram criadas condições de internamento no centro da Barra do Kwanza com 80 camas, no Calumbo 1 e Calumbo 2 com 125 e 112 camas respectivamente, no Instituto de Combate e Controlo da Tripanossomíase, em fase de conclusão, com 119 camas, no centro da Clínica Girassol com 90 camas, no Hospital de Campanha de Viana com mais de 1.000 camas, e nos hospitais de campanha de Cabinda e Dundo com capacidade de 200 camas cada.

De igual modo, a Comissão Multissectorial fez um aproveitamento das capacidades de internamento instaladas nas clínicas Girassol, Multiperfil, Sagrada Esperança, bem dos hospitais centrais, gerais e municipais em todas províncias do país para dar resposta à COVID-19. Nas províncias do Zaire, Uíge e Cunene também estão em construção hospitais de campanha com o mesmo objectivo. 

No total, o governo já gastou cerca de 43 mil milhões de Kwanzas nas mais variadas rubricas para o combate e prevenção à Covid-19 no país.

Relativamente ao estado de saúde dos militares da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião disse que 30 efectivos testaram positivo para a COVID-19, no âmbito de rastreio feitos pelas autoridades sanitárias. Mas estes não colocam em risco a saúde do Chefe de Estado, João Lourenço, e a Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, porque fazem parte do quarto anel de segurança do Presidente da República, que não mantém qualquer contacto directo com o casal presidencial.