Governo
14 Fevereiro de 2022 | 12h02

FACILIDADES DE EXPORTAÇÃO

Empresários encorajados a explorar acordos para isenções de direitos aduaneiros

Empresários nacionais foram encorajados a aproveitar os acordos que Angola tem com alguns países, para exportação de produtos nacionais com isenção de direitos aduaneiros. 

"Nós criamos perspectivas de mercado para a classe empresarial, assinamos já dois acordos de livre comércio. As empresas não procuram se internacionalizar. Nós, Estado, não podemos internacionalizar empresas. Existem acordos unilaterais em que países concedem isenção de direitos para os produtos angolanos e Angola não exporta para aqueles países. É isso que se pretende mudar.  É preciso também ter em conta que os governos abrem possibilidades para que o empresariado tire proveito desta abertura”, disse o ministro da Economia e Planeamento.

Mário Caetano João falava esta sexta-feira, 11 de Fevereiro, durante a primeira edição do CaféCIPRA, um espaço de diálogo criado pelo Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola.

No que toca à inflação, Mário Caetano João falou da trajectória que esta a ser levada a cabo para inverter o quadro, e apelou aos empresários para que procurem  produtos com vantagens comparativas no país, que permita mitigar o risco na importação de bens produzidos localmente.

"Estamos numa boa trajectória, temos o apoio do sistema financeiro bancário local, que tem estado a apoiar na produção cada vez mais do sector real. O nosso produto já é reconhecido lá fora, como produto de qualidade, principalmente aqui nos mercados vizinhos. E temos estado a ver com muita frequência importadores a cruzarem a nossa fronteira, a virem assinar contratos de compra futura para importar essa mercadoria”, afirmou. 

O ministro da Economia e Planeamento informou que a instituição desenvolveu cinco estudos de cadeia de valor, para possibilitar que os investidores percebam os seguimentos de mercado de determinado sector.

"Fizemos para a agricultura, para o sector têxtil, turismo, pescas e rochas ornamentais. Foi um exercício feito também em inglês e tem estado a servir para alguns potenciais investidores”.

Por outro lado, prosseguiu, também está a decorrer um concurso internacional  a ser financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que tem prestado apoio às actividades do PRODESI, para que uma empresa possa elaborar um guia de investimento e fazer um levantamento das oportunidades de negócio.

O ministro da Economia e Planeamento reconheceu que o turismo tem sido um área de  actividade económica que o Estado precisa de encontrar formas de apoiar mais.

"A questão fundamental para que possamos ter um turismo mais directo é só uma questão de escala, de atractividade e divulgação. Eu desafio o sector a fazer isso. Nós estamos preocupados sim e precisamos trabalhar mais nesse sentido”.

Mário Caetano João indicou algumas instituições financeiras internacionais que têm estado a disponibilizar alguns recursos para o sector privado.

"Nós temos o Banco Mundial, que tem disponibilizado cerca 1.2 mil milhões de dólares para o nosso empresariado, e até à data tem aprovado cerca de 100 milhões de dólares, não directamente no sector real, mas por via do sector financeiro. E temos hoje também a linha de crédito do Deutsche Bank com cerca de mil milhão de dólares, onde temos já 10 projectos aprovados no montante de 340 milhões de dólares. E do lado do  BAD, uma linha de 120 milhões que está a ser operacionalizada pelo Banco de Poupança e Crédito (BPC), onde também já temos projectos aprovados no montante  de 20 milhões de dólares”.

Nesta primeira edição do CaféCIPRA, o diálogo girou em torno do tema "Diplomacia económica: balanço e perspetivas”, facilitado pelos ministros das Relações Exteriores, Téte António, da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, e pelo presidente do Conselho de Administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), António Henriques da Silva.