Governo
02 Março de 2022 | 10h03

DEBATE NAS NAÇÕES UNIDAS

Presidente da República defende mais apoio dos países ricos para campanhas nacionais de vacinação

O Presidente da República, João Lourenço, defendeu a necessidade dos países ricos e com economias mais estáveis fazerem doações à COVAX de pelo menos 5 mil milhões de dólares americanos em recursos adicionais, para adquirir urgentemente cerca de 600 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19 para apoiar a implementação de campanhas nacionais de vacinação.

"Dessa forma, as vacinas da COVAX, juntamente com as fornecidas por outras iniciativas multilaterais, entre as quais o Fundo de Compra de Vacinas da União Africana, terão as ferramentas necessárias para apoiar as nossas estratégias nacionais e regionais de resposta à pandemia”, acrescentou.

O Chefe de Estado angolano falava esta sexta-feira, 25 de Fevereiro, por videoconferência, no Debate sobre a Vacinação nas Nações Unidas, sob o lema: "Momento de Galvanização para Vacinação Universal, Desafios na produção e distribuição da vacina a países de baixa cobertura de vacinação contra a COVID-19”.

O Presidente angolano disse que a acção concertada entre a GAVI Alliance e a COVAX já permitiu que um bilião de doses fluíssem pelos países de baixa renda.

No entanto, entende que os mecanismos devem tornar-se mais flexíveis e responder melhor às necessidades dos países, garantindo prazos razoáveis de validade das vacinas e um fluxo regular no fornecimento das mesmas.

Se assim for, segundo João Lourenço, os países de baixa renda não serão deixados para trás novamente, porque avançarão juntos rumo a um mundo globalmente mais saudável e seguro.

João Lourenço lamentou o facto dos países sofrerem de forma desigual os efeitos negativos da pandemia da COVID-19 nos campos da saúde e do desenvolvimento económico e social, tendo como resultado o crescimento da dívida externa, dos índices de pobreza e da incerteza sobre o futuro.

"Digo desigual, porque as nações mais ricas agora estão bem protegidas com cerca de 80% das suas populações vacinadas e muitas oferecendo uma terceira ou até quarta doses de reforço, mas em muitos dos nossos países a cobertura vacinal contra a COVID-19 é muito baixa e  insuficiente para evitar o colapso dos nossos sistemas de saúde e o aprofundamento da pobreza”, justificou.

Para o Presidente da República, é preciso garantir que cada país em desenvolvimento cumpra o seu plano de vacinação contra a COVID-19, realçando que esta premissa deve ser um objectivo global.

"A vacinação universal é a única forma de impedir a propagação deste vírus, a única maneira de acabar com a pandemia e de assegurar a retoma em pleno da economia mundial”, afirmou.