Sociedade
18 Julho de 2020 | 17h34

Chefe de Estado fala à Nação

O Presidente da República, João Lourenço, dirigiu à nação uma mensagem, numa altura em que já há no país circulação comunitária do vírus da COVID-19, com destaque para a província de Luanda.

Angolanas e angolanos
Caros compatriotas
 
Desde que se tornaram públicos os primeiros casos de COVID 19 no mundo, no início do corrente ano, que o país se mobilizou e começou a tomar as medidas que na altura se julgavam as mais adequadas para fazer frente à pandemia.
 
Desde os sucessivos períodos de Estado de Emergência ao Estado de Calamidade, todos os nossos esforços foram no sentido de conter ao máximo a possibilidade real de propagação do vírus, ao mesmo tempo que procurámos não penalizar muito a economia nacional e os direitos fundamentais e o bem- estar dos cidadãos, exercício de equilíbrio nem sempre tão fácil de se exercer.
 
Ao dirigir-vos esta mensagem, pretendo partilhar convosco a preocupação crescente derivada do facto de, não obstante os sacrifícios consentidos por todos, o país estar já com circulação comunitária, com destaque para a província de Luanda.
 
O nosso apelo vai no sentido de levarmos muito a sério esta nova realidade com a qual passamos a conviver todos os dias nas ruas e em todos os locais públicos, sobretudo fechados, e com alguma concentração de pessoas.
 
Tenhamos todos consciência de que não é o investimento em unidades hospitalares, em meios de tratamento e em pessoal médico especializado que nos vai salvar, a julgar pelo que observamos nos países industrializados e mais desenvolvidos do mundo, que mesmo tendo inúmeros recursos financeiros, os mais modernos centros de investigação científica, a mais desenvolvida indústria farmacéutica e outras valências, lamentavelmente têm um número crescente de infectados e de mortos bastante grande.
 
Esta triste realidade, que pode bater à porta a qualquer país, só vem confirmar que a Humanidade só ficará salva desta pandemia quando se descobrir uma vacina segura e de distribuição à escala planetária.
 
Até que isso aconteça, só temos uma atitude a tomar: tudo fazer para evitar sermos contaminados ou contaminarmos os que nos rodeiam, numa palavra, PREVENIR-NOS.
 
Prevenir-nos significa partirmos do princípio de que, até prova em contrário, nós próprios somos um potencial infectado que pode contaminar outros por um lado, mas, por outro lado, e também até prova em contrário, todos os que nos rodeiam são potenciais infectados e, portanto, podem nos contaminar.
 
Se todos tivermos este princípio sempre presente, vamos nos proteger e vamos proteger a quem nos rodeia.
 
Caros compatriotas
 
Embora a cerca sanitária esteja sobretudo à volta da província de Luanda e de Ndalatando, no Kwanza Norte, de Cabinda ao Cunene vamos todos incrementar as medidas de prevenção recomendadas pelas autoridades competentes:
 
-Mantenha o distanciamento entre as pessoas;
-Evite, na medida do possível, as concentrações de pessoas;
-Evite todo o tipo de afectos com contacto físico;
-Lave as mãos com água e sabão ou com álcool em gel, tantas vezes ao dia quanto possível.
-Finalmente, e talvez a medida mais importante, use CORRECTAMENTE a máscara, tapando a boca e o nariz.
 
Pior do que não usar a máscara, é usá-la incorrectamente, porque enganamos a nós próprios, enganamos a quem nos rodeia, enganamos as estatísticas da Saúde Pública.
 
Lembre-se, nossa salvação individual e colectiva está na nossa auto-disciplina, está na PREVENÇÃO.
 
CUIDE-SE
CUIDE DE QUEM NOS RODEIA.