Sociedade
26 Julho de 2021 | 16h07

CERIMÓNIA FÚNEBRE

Presidente da República despede-se do General Nguto

O Presidente da República, João Lourenço, rendeu a última homenagem esta segunda-feira, 26 de Julho, ao General Jorge Barros Nguto, ex-chefe do Estado-Maior General Adjunto para Área Operacional e Desenvolvimento das Forças Armadas Angolanas (FAA), falecido dia 21 deste mês, vítima de doença.  

Antes de viajar para a Turquia em visita de Estado, João Lourenço cumprimentou a família do malogrado, entregou uma coroa de flores e assinou o livro de condolências. 

A mensagem de condolências do Presidente da República foi lida pelo porta-voz do Estado-Maior General das FAA, Jorge Napoleão. 

João Lourenço escreveu que recebeu, com muito pesar, a infausta notícia do falecimento do General Jorge Barros Nguto, que durante 47 anos serviu o braço armado do povo angolano.   

"Tendo feito o curso superior de Tropas Blindadas na Rússia, o inditoso exerceu importantes cargos nas Forças Armadas Angolanas (FAA), entre eles o de adjunto do chefe do Estado-Maior General para Área Operacional e de Desenvolvimento e chefe do Estado-Maior do Exército”. 

Na mensagem, o Presidente da República considera a perda prematura, quando muito ainda podia dar à pátria angolana. 

"A todos expresso os meus mais sentidos pêsames”, escreveu João Lourenço, dirigindo-se aos seus familiares, amigos e companheiros de armas consternados. 

Em declarações à imprensa, o Vice-Presidente da República, Bonito de Sousa, disse que o general Nguto foi uma grande figura das FAA, onde teve um desempenho ímpar em todos ramos, e destacou o seu empenho nas batalhas que levaram a paz em 2002, particularmente contra o então exército racista sul-africano.  

O malogrado também teve um papel importante na libertação da província de Malanje, uma situação de constrangimento militar sofrido num dado momento, e na chamada "Batalha do Andulo”, uma das que conduziu à paz definitiva em 2002, segundo Bornito de Sousa. 

"É um exemplo que devemos tornar memorável e uma vez mais honrar a memória e a glória do General Nguto” acrescemtou. 

Os filhos, Dulce e Fredson Nguto, leram também as suas mensagens de homenagem em representação da família. 

Para eles, todas as palavras seriam insuficientes para descrever a dor e o vazio que o pai deixa com a partida prematura. "Para nós e para sempre, a ausência física que deixas é preenchida com a imensurável memória de todos os ensinamentos e bons momentos vividos ao seu lado”, disse Dulce Nguto.
 
O filho Fredson Nguto escreveu que não choram a morte do pai, mas celebram a vida, o legado, as conquistas e tudo que viveram, independentemente das circunstâncias.

"O lugar que sempre ocupou nos nossos corações permanecerá reservado em gesto de gratidão por tudo que fez por nós”, disse Fredson Nguto, visivelmente consternado. 

Eusébio de Brito Teixeira, seu ex-colega da Academia de Tanques, prestou também homenagem ao malogrado em representação da direcção das Forças Armadas Angolanas.

Os dirigentes desta instituição militar consideraram uma perda irreparável o desaparecimento físico do General Nguto no seio dos generais, almirantes, capitães, subalternos, sargentos, praças e trabalhadores civis, que com ele conviveram bons e maus momentos e juraram defender a pátria.  

Por limite de idade, em 2019 General Jorge Barros Nguto passou à reforma, através do Decreto Presidencial nº 345.

A cerimónia contou com a presença de familiares e amigos, ex -colegas, membros dos órgãos de soberania, defesa e segurança, membros das FAA e da Polícia Nacional.