Governo
06 Abril de 2022 | 18h04

AUDIÊNCIA

UA quer observar eleições gerais em Angola

A União Africana (UA) deseja participar, como membro observador, nas próximas eleições do país, marcadas para o mês de Agosto do corrente ano.  

O desejo foi manifestado pelo comissário da União Africana para os Assuntos Políticos, de Paz e Segurança, Bankole Adeoye, durante a audiência concedida pelo Presidente da República, João Lourenço, na manhã desta quarta-feira, 6 de Abril, no Palácio Presidencial. 

"Abordamos questões que têm a ver com o papel de Angola na região Austral do continente em matéria de paz e segurança, bem como também a promoção da democracia. Neste âmbito, demostramos a pré-disponibilidade e a prontidão da União Africana em vir participar como observadora nas próximas eleições a ser realizada em Angola, em Agosto do ano em curso”, disse Bankole Adeoye à imprensa.

O comissário da UA aproveitou a ocasião para abordar com o Chefe de Estado angolano questões relacionadas com os preparativos da Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, agendada para o mês de Maio, na cidade de Malabo, Guiné Equatorial, que vai tratar de questões inerentes ao combate do terrorismo e à mudança inconstitucional de poder. 

"Nós nos baseamos da experiência da República de Angola, no sentido da promoção da reconciliação nacional, paz e coesão social, que nós acreditamos que se constituirá em factor de sucesso da cimeira”, disse o comissário, mostrando-se satisfeito por receber garantias do Presidente João Lourenço que vai continuar a trabalhar com a União Africana  para a promoção da paz, estabilidade e boa governação a nível do continente, em benefício dos povos africanos e da humanidade no geral.  

A cimeira, segundo Bankole Adeoye, visa congregar os líderes africanos para partilhar lições em termos de resolução de conflitos, como é o caso de Angola, que tem estado a desempenhar este papel a nível da região dos Grandes Lagos e a nível da SADC.

"Esperamos que venha a ser uma plataforma de aprendizagem, onde os líderes africanos poderão apreender mutuamente e decidir passos concretos para o que chamamos Declaração de Lomé, que proíbe a mudança inconstitucional de regime”. 

Certamente, acrescentou, será uma oportunidade de cooperação com vários organismos, como a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDAO) e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADEC), para se chegar ao que se considera "soluções africanas para os problemas africanos”. 

A audiência foi testemunhada pelo secretário do Presidente da República para os Assuntos Diplomáticos e de Cooperação Internacional, Victor Lima, e pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António.