Economia
12 Dezembro de 2020 | 09h12

Atlântico apoia projectos do sector real da economia

O Banco Millennium Atlântico aprovou dez projectos ligados à agroindústria, indústria e piscicultura para o seu financiamento, ao abrigo dos avisos 04/2019, 07/2019 e 10/2020 do Banco Nacional de Angola.

O primeiro aviso é sobre concessão de crédito ao sector real da economia, com vista a promover a diversificação da economia real angolana e, por essa via, reduzir a dependência excessiva da importação de bens e serviços e contribuir para a sustentabilidade das contas externas do país.

O segundo aviso reforça o primeiro, ao considerar a necessidade de se proceder ao alargamento do leque de produtos nacionais essenciais, cuja produção nacional ainda não satisfaz a procura interna, bem como a necessidade de fomento do volume de exportações e da redução das importações.

Já o terceiro aviso do banco central está estritamente ligado à concessão de crédito pelos bancos para a produção de bens essenciais, que apresentam défices de oferta de produção nacional, matéria-prima e para o investimento necessário à sua produção, incluindo a aquisição de tecnologia, máquinas e equipamentos.

"Acreditamos que até ao final do ano conseguiremos aprovar mais alguns e apelamos aos promotores para que se empenhem na apresentação de projectos devidamente estruturados e financeiramente viáveis, para que possamos utilizar os recursos que temos disponíveis para apoiar a economia real”, disse o presidente da comissão executiva do Millennium Atlântico, Daniel Santos.

As condições de acesso ao crédito constam no Aviso 10 do BNA e são consideradas as mais competitivas no mercado, face à reduzida taxa de juros aplicada até 7,5 por cento por ano.

No presente ano, o Atlântico disponibilizou um montante de 14,45 mil milhões kwanzas, dos mais 20 mil milhões de kwanzas aprovados para financiamento. Em 2021, o montante a conceder, no âmbito do PAC, estão em análise, podendo ser divulgado até ainda este ano.

PLANO DE NEGÓCIOS FIÁVEIS

O presidente da comissão executiva do Banco Millennium Atlântico explica que, nos últimos anos, a instituição está muito comprometida não só com o financiamento à diversificação da economia, mas também no acompanhamento dos clientes, por forma a permitir a melhoria dos seus planos de negócio e uma estruturação financeira adequada ao sector específico do projecto.

Os planos de negócio submetidos, segundo Daniel Santos, apresentam estudos de viabilidade sem informação quantitativa e qualitativa, ligada aos cronogramas de implementação, mapas de serviço de dívida e de produção, estudos de mercado e de solo, e documentação legal.

Os projectos para obtenção de crédito também precisam ter projecções de desenvolvimento do negócio ajustadas à realidade do mercado. "Geralmente, os promotores são pessoas sem experiência no sector em que pretendem actuar, com projectos com uma estrutura de gestão débil, carência de técnicos especializados, e que solicitam montantes muito elevados para uma empresa com pouca experiência empresarial”.

A extensa lista de indicadores que precisam ser levados em conta por empresas e empresários, na altura da elaboração de planos de negócios, aponta a insuficiência de capitais próprios estipulados, como requisito mínimo para obtenção do financiamento, a forte dependência de importações de equipamentos e matérias-primas, o não alinhamento dos projectos ao PAC e a existência de múltiplas finalidades de implementação.

"Apelamos, por isso, aos empresários e empreendedores para que nos contactem, caso precisem de esclarecimentos e de apoio durante a preparação do projecto, para que depois o processo de análise e aprovação possa ser mais célere e com resultado positivo em maior percentagem”, encoraja Daniel Santos.