Economia
16 Julho de 2020 | 12h56

Angola reúne condições para exportação de frangos

Angola reúne todas as condições para passar de importador a exportador de frangos em grande escala, com o objectivo de inverter a dependência deste produto fundamental da cesta básica.

Esta posição foi sustentada pelo ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, que aconselha, igualmente, algumas mudanças dos hábitos alimentares das populações, sem, contudo, desvalorizar os produtos consumidos actualmente.

Em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), onde fez o balanço dos seus cem dias de consulado, o ministro aproveitou o espaço para apelar aos produtores nacionais a duplicarem a criação avícola, convidando os empresários americanos a apostarem no mercado angolano.

Questionado sobre uma possível ruptura do stock alimentar do país, o ministro assegurou que não há motivos para preocupações, nem razões para especulação de preços, alertando para a responsabilização aos movimentos especulativos por parte de quem violar a lei. 

Victor Fernandes garantiu que, depois da fusão de dois sectores, o Ministério entra numa fase de organização, com a criação de critérios de importação e a separação de tarefas, para conferir um maior dinamismo ao ramo.

“Depois de uma consulta aos operadores, já deu para perceber o que temos que fazer”, assegurou. Actualmente, 80 por cento de produtos que compõem a cesta básica são importados, algo que, na visão de Victor Fernandes, deve servir de reflexão, uma vez que nos últimos anos o país registou um aumento significativo da produção nacional. “Há uma perda considerável do poder de compra dos cidadãos, mas não temos uma situação tão grave quanto esperávamos”, frisou.

Importação de bens

Neste quesito, o ministro da Indústria e Comércio considera que há muita gente a importar bens alimentares. Apesar de nenhum país registar importação zero, é altura de inversão do ciclo. “Não podemos ser um país que não produz aquilo que precisa. Por outro lado, não posso estar satisfeito com os preços actuais”, confessa.

Para alterar este paradigma, o ministro afirma ser necessário o aproveitamento do potencial interno, desde a mão-de-obra nacional às riquezas naturais. “Se quisermos evoluir não podemos importar ao mesmo tempo que produzimos”, alerta.

Jornal de Angola